Comigo é assim... é SEM DEMOCRACIA! É no ato!”

Nossa língua portuguesa...

A simplicidade das pessoas, somada a seu desconhecimento sobre o real significado das palavras, apresenta situações interessantes...

Nos atendimentos ao público, com os mais variados tipos de problemas, pessoas, classes sociais, religiões e torcidas, achamos uma fonte de pérolas dignas de dar inveja até mesmo ao criativo escritor Mário Prata.

Perdem-se no tempo os momentos de cada uma delas. Então, vou retratar duas que me vierem à cabeça:

A primeira me foi contada pelo colega Airton, por ocasião de minha estada no Estado de Rondônia.

A mulher havia procurado a Promotoria de Justiça, reclamando que seu ex-marido não queria lhe entregar alguns de seus documentos pessoais.

Chamado a comparecer na Promotoria, lá está o seu Mário, todo solícito, dizendo que sua ex-esposa nem precisava tomar “medidas tão fortes”.

Indagado então a razão da retenção dos documentos, foi logo dizendo:

“Nem imagino dotô! Sempre resolvi as coisas de forma simples... sem confusão. Se eu puder ajudar, eu ajudo rapidinho. Comigo é assim... é SEM DEMOCRACIA! É no  ato!”

A outra passagem não me recordo a data...mas:

Ao atender um cidadão que se negava pagar pensão alimentícia para o filho, o Promotor se viu naquela situação de investigar a renda do pai, fazendo-lhe diversas perguntas sobre profissão, padrão de vida, etc.

Com postura confiante e firme, o pai-trabalhador foi logo esclarecendo:

“Olha dotô, eu tenho um caminhãozinho e fico fazendo uns carretos ali... outros aqui... e assim vou tocando. Trabalho pra mim mesmo. Sempre fui um trabalhador ANÔNIMO!”

Pois é...