"Quer 'ganhar' quanto?"
Quando digo que o excesso do ‘politicamente correto’ e ‘forçada de barra’ vai acabar com essa sociedade, há quem ache exagero...
Eis a notícia a circular em diversos veículos de comunicação na data de hoje:
“Casas Bahia terá que indenizar funcionária por usar boton com frases ‘quer pagar quanto?’ e ‘olhou, levou’” (Folha de S.Paulo e Globo).
Uma funcionária, retratam as notícias, ingressou com ação perante a Justiça do Trabalho, dizendo que o uso do broche com tais dizeres, geravam ‘comentários desrespeitosos’ e, assim, conseguiu ganhar a quantia de R$ 5.000,00 de indenização...
Desculpem-me os que concordam, mas enquanto houver liberdade de expressão nesse país de censuras sob vestes de preservação de direitos, eis que estamos caminhando cada vez mais para o nada pode, o nada é certo, o tudo é devido, o tudo é ofensivo!
Dizer que usar um broche de uma campanha que é conhecida de todos, provoca comentários de – olhe bem – terceiros, e pleitear indenização da empresa, soa-me um desnivelamento abissal e gritante de direitos e, o que é mais grave, banalização do que realmente vem a ser o direito de preservação da moral, etc.
Ela, dizem as matérias, alegou ‘sofrimento e constrangimento’...
Volto a usar o mesmo argumento para quando alguém vem querer abusar da inteligência de julgadores (como no Tribunal do Júri, por exemplo), de que ninguém nesse mundo de acesso ilimitado e maciço de informações, é inocente e não entende a realidade, para querer passar que não entendia que se tratava de promoção de empresa, de que se alguém fez piada é falta de respeito de quem o fez, etc.
Quer dizer que piadas e comentários, que surgem a todo momento, seja pelo mote e situação que for, agora deve ser – na onda do politicamente correto e tudo é ofensivo – ser passado a quem detenha poder de..pagar?
Você é contrato por uma empresa X, que você (que não vive em bolha impenetrável de informações ou em isolada floresta) sabe que possui diversas promoções e frases, jingles, etc e, ainda, que toda uma sociedade sabe que referida promoção é ‘da empresa’ e, aí, diz que faziam piada ‘associando frase com você’?
Então está certo...
Avisem a empresa de absorventes “Sempre Livre” para não utilizarem sua marca em servidores, pois alegarão que ‘foram rotulados como disponíveis e isso tem caráter sexual’...
Comuniquem a empresa da “Activia” que jamais devem colocar suas marcas para serem ostentadas por qualquer pessoa, já que ingressarão com ações dizendo que ‘a empresa fez com que terceiros os chamassem de cag...”
Digam a cervejaria Skol que não contratem mais pessoas obesas, já que poderão dizer que a frase de “que desce redonda” era associada a ela...
Aliás, nessa onda, a cervejaria “Devassa” então...aff.. não poderá contratar mulher alguma!
A funcionária da caixa registradora da Caixa Econômica Federal jamais poderá usar a camiseta do “Deposite na poupança da Caixa”?
A Elma Chips.. nossa...já imaginou o funcionário alegando as piadas que faziam com o famoso slogan ‘é impossível comer um só’????
Com a devida licença ao entendimento dessa decisão, está decretado o fim de qualquer propaganda, promoção, forma de informação que não seja “ compre na Loja X” e só!
Já vi comentários de alguns radicais em fórum de leitores, com o nítido ranço dos manuais e viseiras ideológicas de livros anacrônicos e demagógicos para eleger representantes em centros acadêmicos e até cargos eletivos, dizendo que ‘os meios de produção não podem oprimir os pobres trabalhadores, blá-blá-blá..’
Bom, a liberdade de pensamento é algo para mim sagrada; então, deixo o registro dessa besteira panfletária apenas para dizer que esse vazio retórico pode até ser aceito em outros lugares, aqui não.
É... difícil é ver uma Justiça apoiar algo dessa natureza e, claramente, a fomentar que tudo vire dinheiro...
...e, a toda evidência, que o mundo caminhe cada vez mais para um lugar muito, muito chato!
Parabéns! Que alguém tem que parar com essas frescuragem, isso tem...
ResponderExcluirjairo